Você já parou para pensar em como será mundo o pós-Covid? Sem querer ir tão longe, que tal refletirmos sobre como será a forma de consumo quando essa tempestade for embora? Segundo especialistas, todos os segmentos devem estar atentos e preparados para se reinventarem e, apesar dos supermercados configurarem na lista dos setores que terão rápida retomada, também precisarão repensar maneiras de atender o novo consumidor que estará mais exigente e sensível às mudanças.
Vendas não-presenciais
Segundo pesquisas da Kantar Thermometer, que está analisando os impactos socioeconômicos durante a crise, mais de 1,2 milhão de usuários passaram a comprar online entre fevereiro e março, além de atingir a expressiva frequência de compra de três vezes no período.
Segundo Fernando Mansano especialista em e-commerce, muitas pessoas estão experimentando comprar pela internet pela primeira vez, inclusive idosos e consumidores que antes eram resistentes a esta modalidade e que foram conquistados pela conveniência, segurança e ganho de tempo. Na quarentena, este número chegou a 30% quando o esperado era até 17%. “Nos supermercados, por exemplo, a quantidade de novos consumidores não-presenciais dobrou. É importante entender que não se trata de uma moda ou de algo passageiro e sim, veio acelerar algo que já viria a acontecer”, afirma.
Outra dica de Mansano é em relação à excelência no atendimento já que agora as vendas não-presenciais passaram de ser opção para uma necessidade real. “Nesse momento eu entendo que a empresa tem que fazer o que está ao alcance dela, seja em capacidade de investimento, tempo para implantar, conhecimento e experiência”, enumera.
Para ele, é possível começar de forma simples, como estabelecer um canal de atendimento e vendas pelo whatsapp ou por telefone ou implantar uma loja virtual de forma simples e ir aprimorando com o tempo. “Resumindo, devemos colocar os pés no chão, fazer o que for possível para entrar na venda não-presencial ou no digital e fazer bem feito para não criar uma experiência negativa”, complementa.
Consumo Consciente e Marcas Comprovadas
Segundo pesquisa da Evercore, será difícil o lançamento de novas marcas no cenário pós-pandêmico de incertezas. Desta forma, as marcas tidas como “testadas e aprovadas”, que já conquistaram a confiança da população, deverão ter seus momentos de glória e, por isso, devem ter preferência nos estoques dos supermercados.
Isso não quer dizer que as empresas não deverão se reinventar. Mansano explica que a recuperação da confiança e dos hábitos de compras será gradual, mas também abrirá algumas oportunidades relacionadas ao consumo consciente, à reutilização de produtos e embalagens, à solidariedade e à sustentabilidade, podendo o empreendedor adequar seu modelo de negócios. “Uma coisa que poderá ser tendência são produtos de fabricação nacional valorizando o fornecedor da região, pois a população ficou bastante sensibilizada em querer ajudar quem está próximo”, enfatiza.
Comunicação, Solidariedade e Empatia
Ajudar a lidar com a crise é o caminho mais seguro para todos os empresários e, com o varejo não deverá ser diferente. Apesar da expectativa de baixa retração dos supermercados durante e após a pandemia, a identificação com os valores da sociedade neste momento deverá determinar a escolha do consumidor por determinado estabelecimento.
“É necessário mostrar empatia, comunicar os esforços da empresa no combate e prevenção ao vírus e, acima de tudo, não forçar a barra com chamadas de promoções. O momento não é de priorizar o lucro, mas a vida das pessoas – clientes e colaboradores”, afirma a especialista em Marketing Digital, Fernanda Marchioretto.
A Kantar afirma que os brasileiros esperam que as marcas sejam exemplos, guiem a mudança e usem seu conhecimento para informar de forma prática e realista. Para o conteúdo a ser divulgado pelos mercados, Fernanda explica que quanto mais próximo do cliente, maior a chance de conexão. Além da empatia, mostrar otimismo sobre o enfrentamento da crise é importante e usar a reputação do estabelecimento para informar é uma estratégia que deve ser levada em conta de agora em diante.
“Divulgar pequenos empreendedores clientes (mecânicos, confeiteiros, etc), fazer lives com especialistas (chefs ensinando receitas, harmonizações de vinho, ou até dicas de higienização da casa) são bons exemplos. Outra ideia interessante pode ser repostar desenhos de filhos de clientes e/ou colaboradores. Fazer a comunidade se enxergar através da empresa é sensível e importante em um momento como esse”, conclui.
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